por: Tata
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Nos últimos dias, minhas três filhotas fizeram aniversário. Ana Luz e Estrela completaram 5 anos no dia 19, quarta-feira passada. Chiara completou um ano dia 24.
Tantos aniversários, tantas comemorações, me trouxeram lembranças, me fizeram olhar pra trás. Mas também me deixaram um tanto reflexiva, olhando pra vida, contemplando e pensando nessa experiência tão bacana da maternidade, que não tem nada de comercial de margarina, mas que é deliciosa, intensa, inteira. Tão transformadora.
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Pode parecer clichê, talvez seja mesmo, mas é também uma verdade que não dá pra deixar de lado: a gente aprende demais com os filhos. E não é porque seja tudo perfeito nem porque ser mãe dê sentido à existência, antes vazia. Não, não é nada disso. É que quando a gente traz um filhote ao mundo e se abre pra ele, todos os dias ele nos traz pequenas-grandes oportunidades da gente se reinventar, reorganizar os limites e as prioridades, descobrir talentos que não sabia que tinha, realinhar a rota e escolher caminhos novos. Mudanças, transformações. Que pelo menos pra mim, foram sempre pra melhor.
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Minhas três menininhas, as ‘pimentinhas’ que deram um gostinho todo especial a cada um dos meus dias, desde que eram ainda três sementinhas habitando meu ventre, ensinam-me todos os dias. E cada uma do seu jeitinho, cada uma sendo o que é. Eu aprendo coisas diferentes, com cada uma delas.
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Engraçado como cada filho que chega, ensina a gente de um jeito. Com cada um, a gente constrói uma relação toda única, especial, particular. Eu não sou a mesma mãe para as minhas três filhas. Para cada uma delas, sou mãe de um jeito, porque elas são três crianças diferentes. As relações têm que ser diferentes também. Cada uma delas exige de mim de um jeito, cada uma me doa e me toca de um jeito, e cada uma recebe de mim de um jeito todo especial, também.
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Isso é algo que me esforço muito, todos os dias, para não esquecer. Sou mãe de três filhas, três pessoinhas diferentes, três indivíduos únicos e incomparáveis. Não faz sentido agir com as três da mesma forma, eperar que tenham as mesmas reações ou necessidades, explicar as coisas do mesmo jeito, querer fazer tudo com o mesmo ritmo.
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Com cada filho, a gente precisa se abrir, conhecer, estar na relação de coração aberto, sem comparações nem expectativa prévia. Não é porque um é do jeito ‘x’ que o irmão tem que ser do mesmo jeito. São irmãos, não são a mesma pessoa! Nem mesmo com gêmeos isso acontece – eu que tenho gêmeas aqui em casa, duas crianças nascidas com 14 minutos de diferença, mas que em questão de personalidade, são super ‘cada um na sua’, sei bem disso.
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O bacana é que exatamente por isso, pela necessidade da gente agir de um jeito com cada filho, encontrar caminhos diferentes pras mesmas questões, cada um deles traz pra gente a oportunidade de flexibilizar, aprender coisas novas, encontrar jeitos e soluções diferentes, renovar e redescobrir sempre.
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Aqui em casa, Ana Luz é doce, teimosa, argumentativa e, diante das dificuldades, empaca, exige paciência, muita conversa e explicação. Estrela é espevitada, elétrica, de raciocínio extremamente rápido, e escandalosa. Em momentos de conflito, entra numa espiral que só se esvai quando a gente pára tudo, respira junto e começa de novo, do zero. Nos momentos de dificuldade, não dá pra agir com as duas do mesmo jeito, porque o que funciona com uma não funciona com a outra. Tem que saber com quem está falando, e agir de acordo.
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Já nossa caçulinha, Chiara, do alto de seu um ano de vida, ainda tem muito o que crescer e aparecer. Hoje, já sabemos que ela é uma pessoinha relax, que não se estressa por pouco e encara a vida com bom humor, mas sabe bem o que quer e o que não quer, é determinada e muito, muito independente. Pouco a pouco, com ela crescendo, vamos nos abrindo para ela e aprendendo como caminhar, que escolhas fazer.
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E isso acontece no vice-versa também. Elas têm dois pais, que são indivíduos diferentes, têm suas particularidades, seu jeito de ser e de agir. E é perceptível o quanto elas já se dão conta disso, já vêm aprendendo a respeitar o jeito do papai e o jeito da mamãe de fazer as coisas, de lidar com as situações, de demonstrar sentimentos, de brincar, de explicar, enfim, de levar a vida no dia a dia.
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Pra mim, essa é uma grande sacada na relação com o outro: quando se trata de gente, não há um igual a outro. Já dizia Drummond, “todo ser humano é um estranho ímpar”. E não é muito mais bacana assim?
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E no final das contas, o barato é exatamente esse.
Imagem: www.gettyimages.com.br
3 comentários:
Tata,
acho mt legal suas matérias. To esperando meu segundo filho e fico super curiosa pra saber como ele será! Mas respeitar as diferenças é essencial para se conviver bem ..bjssss
engraçado.
lá em casa eu e maridex somos o avesso um do outro.
isaac já demosntra ser uma mistura dos dois.
tem a tranquilidade da mãe que tromba com a impaciência do pai.
a rapidez e agilidade do pai que se confunde com as respiradas profundas da mãe.
a tagarelice que puxou dos dois, mas momentos de meditação que ainda não sei de onde vieram...
muto chão ainda, muita personalidade que ele e nós vamos descobrir.
bjo
carol
viajandonamaternidade.blogspot.com
Lindo post. Sempre leio seu blog também Tata, adoro acompanhar as peripécias das pimentinhas.
E concordo 100% com você. Temos mesmo que manter a individualidade das crianças. Meu filho Bento é constantemente comparado com um priminho apenas 4 meses mais novo que ele. E nem são irmãos, são primos!
Também achei interessante sua observação das particularidades de pai e mãe. Engraçado como as crianças são observadoras e muitas vezes nem percebemos não é?
um beijo!
http://maedobento.blogspot.com/
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